quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

I SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO DO ALTO VALE DO JEQUITINHONHA



A educação do campo é um direito de todos (as) que deve ser garantido para que o aprendizado contextualizado aconteça. Acreditando nisso, a Escola Família Agrícola de Veredinha (EFAV) realizou no dia 08 de outubro, o “I Seminário de Educação do Campo do Alto Vale do Jequitinhonha: articulando trajetórias”, em sua sede na comunidade rural de Gameleira, município de Veredinha. O evento reuniu cerca de 220 participantes de 21 municípios diferentes, dentre eles representantes do poder público municipal e estadual, sindicatos, escolas, associações comunitárias, organizações não governamentais, universidades, entre outros.


O Seminário foi proposto e construído de forma coletiva, tendo como realizadores a EFAV, a Associação Comunitária de Desenvolvimento Educacional, Familiar e Agropecuário de Veredinha (ACODEFAV), a Associação Mineira das Escolas Família Agrícola (AMEFA), o Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG), o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (IDENE), o Mandato Deputado Estadual Dr. Jean Freire, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado de Minas Gerais (SEDA), a Superintendência Regional de Educação (SER – Diamantina) e a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) através da Licenciatura em Educação do Campo (LEC) e do Programa Institucional de Bolsa e Iniciação à Docência (PIBID Diversidade). 

O evento objetivou contribuir para a efetivação de políticas públicas de fortalecimento da educação do campo, sobretudo no Alto Vale do Jequitinhonha, a partir da reflexão sobre os principais desafios e o reconhecimento das trajetórias e estratégias das diversas organizações atuantes na região, partindo da experiência da EFA de Veredinha.

Iniciando o Seminário, uma mística instigou os (as) participantes a refletirem sobre a educação do campo como uma ferramenta de libertação. Deu seguimento a este momento inicial a mesa de abertura composta por representantes das organizações realizadoras, pelo Prefeito Municipal de Veredinha e por dois estudantes da EFAV.

A atual conjuntura da educação do campo, do estado de Minas Gerais ao Vale do Jequitinhonha, foi contextualizada por Idalino Firmino dos Santos, Secretário Executivo da AMEFA e por Sônia Roseno, Superintendente de Educação do Campo e Indígena da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais (SEE). Durante este momento, foi ressaltada a importância da transição do termo “Educação Rural” para “Educação do Campo”, a partir das experiências e conquistas estabelecidas em leis e diretrizes.

Como estratégia para ampliar as formas de articulação e parcerias, as trajetórias das diferentes organizações da região com a educação do campo foram apresentadas, iniciando pela EFAV, que relatou sobre sua história de luta há mais de 12 anos e seus instrumentos pedagógicos dentro da “Pedagogia da Alternância”. Suas instalações didáticas também foram apresentadas pelos próprios (as) estudantes durante um percurso na Escola.


A experiência da SRE de Diamantina juntamente da LEC/PIBID da UFVJM também foi apresentada, sendo ressaltada a perspectiva de aproximação da universidade com os movimentos sociais do Vale do Jequitinhonha através do curso de licenciatura em educação do campo. Já o CAV abordou sobre sua história e trabalho de educação não-formal, sobretudo através do associativismo, realizado em comunidades rurais da região, destacando as diversas relações de ensino e aprendizagem empenhadas para a conquista do protagonismo do povo camponês. As apresentações propiciaram um rico momento de troca de experiência e debate.

A mesa de debates composta por representantes da ACODEFAV, da EFAV, da EMATER-MG, da FETAEMG, do IDENE, do Mandato Deputado Estadual Dr. Jean Freire, da SEDA e da SEE, abordou os desafios e potencialidades. Dessa forma, evidenciou-se a necessidade de articulação dos órgãos públicos para investimentos na educação do campo, do estabelecimento de um programa de contratação de técnicos (as) em agropecuária egressos de Escola Família Agrícola para a assistência técnica comunitária, a importância do fortalecimento de parcerias para implementação de mais escolas de formação técnica no campo da região, entre outros pontos encaminhados que estarão contidos no documento final do Seminário.

Assim, o I Seminário de Educação do Campo do Alto Vale do Jequitinhonha, além de ter possibilitado um rico momento de debate e reflexão sobre os desafios da agricultura camponesa, ainda contribuiu para o reconhecimento e visibilidade das experiências de educação do campo da região, ampliando o horizonte de perspectivas, uma vez que diversas organizações públicas e da sociedade civil se propuseram a caminhar juntas tendo como principal objetivo o bem viver do povo camponês.

Por Clebson Souza e Júnia Gonçalves
EFAV e CAV


























































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