segunda-feira, 18 de março de 2024

As mudanças climáticas: agora é possível sentir?

 Autoras: Laís Marcelina Azevedo, 17 anos, 3º ano do Ensino Médio Integrado ao Curso Técnico em Agropecuária; Patrícia Sousa Azevedo, 17 anos, 3º ano do Ensino Médio Integrado ao Curso Técnico em Agropecuária. Revisão: Neltinha Oliveira dos Santos.

Há muito tempo, o debate a respeito das mudanças climáticas vem ocupando as agendas de muitos países ganhando alcance de nível global. Ainda é recente nas pequenas cidades e nas comunidades rurais brasileiras a problematização desse assunto. Vale ressaltar que os agricultores familiares já sentiam essas mudanças, além de vivenciarem esses impactos na pele.

No Brasil, o período chuvoso ocorre de forma mais intensa durante os meses de outubro, novembro e dezembro, no entanto, em 2023, houve grande falta de chuva que afetou do pequeno agricultor ao grande produtor, significando um marco para que essa temática fosse apontada com caráter de urgência.

Essas mudanças podem ser percebidas com a intensidade dos períodos da seca, o aumento da escassez de água, diminuição do lençol freático, a incidência de altas temperaturas, a ocorrência de ventanias muito fortes, maior frequência de raios e chuva de granizo, a perda de sementes, prejuízos nas lavouras e dentre outros.

O fator mais agravante, sem dúvida, é a falta de água e as mulheres são as mais afetadas, pois os seus afazeres, em grande maioria, estão diretamente relacionados com o uso da água. A autonomia da mulher na gestão das suas atividades é altamente precarizada, além da redução das suas práticas produtivas e de geração de renda. Desse modo, percebe-se que as mudanças climáticas contribuem para o aumento da desigualdade de gênero.

No Vale do Jequitinhonha, o trabalho da EFAV e do CAV em defesa da agroecologia, da educação do campo e a implantação de tecnologias sociais de captação de água da chuva amenizam esses impactos ambientais, possibilitando alternativas de geração de renda para as famílias camponesas, além do processo de formação política das mulheres. A presença da EFAV, no território é muito potente que se projeta no presente, a formação dos jovens e, no futuro, adultos, comprometidos com a produção e reprodução da vida humana e da natureza.


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