Autoras: Laís Marcelina Azevedo, 17 anos, 3º ano do Ensino Médio Integrado ao Curso Técnico em Agropecuária; Patrícia Sousa Azevedo, 17 anos, 3º ano do Ensino Médio Integrado ao Curso Técnico em Agropecuária. Revisão: Neltinha Oliveira dos Santos.
Há
muito tempo, o debate a respeito das mudanças climáticas vem ocupando as
agendas de muitos países ganhando alcance de nível global. Ainda é recente nas
pequenas cidades e nas comunidades rurais brasileiras a problematização desse assunto.
Vale ressaltar que os agricultores familiares já sentiam essas mudanças, além
de vivenciarem esses impactos na pele.
No
Brasil, o período chuvoso ocorre de forma mais intensa durante os meses de
outubro, novembro e dezembro, no entanto, em 2023, houve grande falta de chuva
que afetou do pequeno agricultor ao grande produtor, significando um marco para
que essa temática fosse apontada com caráter de urgência.
Essas
mudanças podem ser percebidas com a intensidade dos períodos da seca, o aumento
da escassez de água, diminuição do lençol freático, a incidência de altas
temperaturas, a ocorrência de ventanias muito fortes, maior frequência de raios
e chuva de granizo, a perda de sementes, prejuízos nas lavouras e dentre
outros.
O
fator mais agravante, sem dúvida, é a falta de água e as mulheres são as mais
afetadas, pois os seus afazeres, em grande maioria, estão diretamente
relacionados com o uso da água. A autonomia da mulher na gestão das suas
atividades é altamente precarizada, além da redução das suas práticas
produtivas e de geração de renda. Desse modo, percebe-se que as mudanças
climáticas contribuem para o aumento da desigualdade de gênero.
No
Vale do Jequitinhonha, o trabalho da EFAV e do CAV em defesa da agroecologia,
da educação do campo e a implantação de tecnologias sociais de captação de água
da chuva amenizam esses impactos ambientais, possibilitando alternativas de
geração de renda para as famílias camponesas, além do processo de formação
política das mulheres. A presença da EFAV, no território é muito potente que se
projeta no presente, a formação dos jovens e, no futuro, adultos, comprometidos
com a produção e reprodução da vida humana e da natureza.
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