sexta-feira, 27 de setembro de 2024

BATE-PAPO SOBRE BULLYING

Bullying é uma palavra de origem da língua inglesa e, no Brasil, pode ser traduzida como o ato de bulir, tocar, bater, socar, zombar, tripudiar, ridicularizar, colocar apelidos humilhantes, entre outros. Evidencia-se, com muita recorrência, situações de bullying no contexto da nossa sociedade, principalmente, nas escolas.

Nesse sentido, buscando orientar, formar, munir o coletivo de estudantes e educadores a respeito do tema e da legislação vigente, a Escola Família Agrícola de Veredinha (EFAV) realizou dois momentos de bate-papo que foram conduzidos pela Conselheira Tutelar de Capelinha, Ana Paula Ramos. No dia 12 de setembro com as turmas do 2º ano e 1º ano II e, no dia 26 de setembro, com as turmas do 3º ano e 1º ano I. 

Ana Paula fez uma exposição aprofundada a respeito do tema, perpassando por aspectos da legislação e mencionou que o bullying e o cyberbullying são crimes previstos no artigo 146-A do Código Penal. Em 12 de janeiro de 2024 foi sancionada  pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei nº 14.811, que  que transforma o bullying em crime e pune quem pratica de forma intencional e repetitiva, seja individualmente ou em grupo, visando coibir comportamentos que possam causar danos físicos e psicológicos às vítimas.

Ana Paula discorreu sobre vários detalhes e exemplos do que se caracteriza como prática de bullying e as consequências, tanto para quem pratica, como para quem sofre a violência. A conselheira tutelar explicou também a respeito de comportamentos que servem para identificar uma criança ou um adolescente que está sofrendo bullying: desinteresse pelos estudos, isolamento, baixa autoestima, tristeza, choro, irritabilidade e agressividade.

No bate-papo, Ana Paula problematizou a discussão do cyberbullying que é um tipo de bullying que ocorre por meio das redes sociais, aplicativos de mensagens e plataformas de jogos e orientou algumas formas que servem para evitar o cyberbullying. 

Foi ressaltado a importância das instituições de ensino adotarem estratégias pedagógicas para combater as mais diversas formas de violência. Para isso, existe a Lei nº 13.185 de 2016 que obriga as escolas, os clubes e agremiações recreativas a adotar medidas de conscientização, prevenção, diagnóstico e combate ao bullying.
 
Ana Paula apresentou vários exemplos de práticas de bullying e também abriu o debate para a participação dos estudantes que, em grande parte, tiraram dúvidas, apresentaram relatos e reafirmaram a posição de que é um assunto muito sério e todos/as precisam ter consciência dessa gravidade, pois não é brincadeira e, acima de tudo, é urgente que haja uma mudança para uma relação respeitosa com todas as pessoas. 

Turmas do 3º ano e 1º ano I





Turmas do 2º ano e 1º ano II





quinta-feira, 19 de setembro de 2024

V Jeitim Roça da Escola Família Agrícola de Veredinha

No dia 15 de setembro de 2024, a EFAV e a ACODEFAV realizaram o V Jeitim da Roça, evento de Cultura Popular Camponesa que tem como objetivos:

 - Valorizar a identidade e o modo de vida camponês;

- Resgatar e fortalecer as tradições culturais do território;

- Promover trocas de saberes entre as gerações;

- Dar visibilidade à dimensão da cultura popular no projeto educacional EFAV;

- Fortalecer vínculos da juventude com suas raízes históricas e culturais;

- Incentivar a juventude para dar seguimento às práticas da cultura popular.

O I Jeitim da Roça aconteceu no ano de 2019 e, desde então, anualmente, o evento é realizado. Resgatar, fortalecer e dar visibilidade à cultura popular e incentivar a participação da juventude são anseios do projeto formativo da EFAV que trata a dimensão da cultura de forma transversal.

O Jeitim da Roça tem um formato diferenciado, ou seja, o protagonismo dos grupos de cultura que dá complementaridade, os tons, as cores, os sons, as emoções, os sentimentos, a vida do evento. A programação do V Jeitim da Roça foi composta por diversas apresentações que proporcionou ao público presente, de aproximadamente quinhentas pessoas, vivenciar riqueza, diversidade e compartilhamentos culturais inigualáveis.

Logo após o café da manhã,  às 8:30 horas, foi feita a abertura oficial e, depois, a apresentação do Coral EFAV, a Banda de Taquara da Comunidade Quilombola de Bem-Posta, do município de Minas Novas, o grupo Resgate de Saberes, de Campo Buriti, do município de Turmalina, o grupo Saberes e Tradições da Beira do Rio Jequitinhonha, do município de Carbonita, o grupo Kalunga da Comunidade Quilombola do Cuba, do município de Chapada do Norte, o grupo Roda Viva, de Veredinha, juntamente com os grupos de Mulheres da Chapada das Veredas e os/as estudantes da EFAV apresentaram a Roda da Gamela, a Quadrilha Caipira dançada pelo coletivo de estudantes da EFAV.

O V Jeitim da Roça contou também com a campanha de doação de livros para o Projeto Vitrine de Leitura da EFAV, o Armazém EFAV com a venda de produtos produzidos na escola, a Mesa de Leilão, a Feira de Trocas de Sementes Crioulas, exposição de engenhocas e objetos antigos, a barraquinha da turma do 3º ano e uma decoração que reforçou a valorização do modo de vida camponês.

O Jeitim da Roça é também um espaço de visibilidade dos artistas locais que proporcionaram momentos musicais no horário do almoço com a Maria Tereza e um forró animado para o encerramento com Tiago Luiz e Nilmar Extremidade. Com gostinho de quero mais, o V Jeitim da Roça foi encerrado, mas já projetando o VI Jeitim da Roça.

Coral EFAV no Penerei Fubá

Coral EFAV - Monitor@s no Penerei Fubá

Coral EFAV - Encenação da Música Couro de Boi

Banda de Taquara

Banda de Taquara

Grupo Saberes e Tradições da Beira do Rio Jequitinhonha

Grupo Saberes e Tradições da Beira do Rio Jequitinhonha

Cantigas e Danças de Roda

Dança do Vilão 

Grupo Resgate de Saberes

Crianças e Jovens e as Tradições Culturas

Dança de Roda Saia do Babadão

Jeitim da Roça com as crianças

Grupo Kalunga

Roda da Gamela

Roda da Gamela

Quadrilha Caipira
Leilão da Prenda de um Bode

Momento do Almoço Cultural

Armazém da EFAV

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Engajamento e Militância Política de Jovens e Mulheres

Formação política é uma parte muito importante do processo de formação educacional que contribui para que a sociedade possa fazer suas escolhas de maneira crítica, compreender e analisar o território em que habita e, inclusive, entender o processo político de forma mais ampla.

No dia 30 de agosto, aconteceu na Escola Família Agrícola de Veredinha, ministrada pelo professor doutorando, Clebson de Almeida, uma oficina intitulada Engajamento e Militância Política das Juventudes e das Mulheres. O objetivo da oficina foi trabalhar a dimensão da História do Vale do Jequitinhonha, desconstruir formas de opressão naturalizadas pela história oficial que reforça o projeto colonial e apresentar as novas identidades da Chapada das Veredas, por exemplo, comunidades groteiras e chapadeiras, além de explorar novas formas de pensar a reescrita da história do Vale principiada pelos seus sujeitos.

Clebson conduziu e provocou uma ampla discussão perpassando aspectos geográficos, históricos, culturais, ambientais, políticos e educacionais. Na dinâmica de apresentação, Clebson propôs que cada participante falasse o nome da mãe, da avó, da bisavó e contasse um pouco da vida delas: onde nasceram, como nasceram, o que faziam, os sonhos. De maneira geral, a dinâmica fez todos refletirem sobre o fato de conhecer tão pouco a própria história e, assim, foi encaminhada a lição de casa, ou seja, buscar investigar as próprias origens.

Depois disso, Clebson contextualizou a história dos primeiros povoamentos do Vale do Jequitinhonha e destacou a importância dos povos indígenas e quilombolas na formação do território e os impactos dos grandes projetos de monocultura e de mineração que vem causando transformações drasticamente negativas, por exemplo, o secamento de rios e nascentes, a expulsão das populações do campo e diversos outros processos de violência.

A oficina provocou os/as participantes no sentido de que é necessária a participação dos/as jovens e das mulheres nas lutas sociais de forma que compreender a própria história e a história do território são primordiais para instigar/despertar sentimentos de pertença, de engajamento nas lutas das comunidades e militância política.




1ª Roda de Cultura das Mulheres Camponesas da Chapada das Veredas

Cultura Popular e Resistência andam juntas: enquanto vive-se a Cultura faz-se a Resistência. Roda de Cultura foi uma proposta que surgiu das discussões nos grupos de mulheres das comunidades da Chapada das Veredas do município de Veredinha. A dimensão da cultura popular ganhou força e vem se apresentando como uma forma de pensar o território por diferentes aspectos: histórico, social, ambiental, político, relações de gênero, geração de renda e dentre outros. Foi pontuado que a valorização das culturas locais promove o fortalecimento coletivo das mulheres camponesas.

No dia 29 de agosto, na Comunidade Boiada I, localizada na Chapada das Veredas, aconteceu a 1ª Roda de Cultura com a participação de mais de quarenta mulheres. O encontro foi organizado no formato de oficinas com três momentos formativos diferentes, de maneira que cada grupo teve a oportunidade de aprender uma manifestação cultural. Grupo Mucuna vivenciou a Roda da Gamela, Grupo Girassol a dança do Vilão de Quatro e Grupo Andu as Danças de Roda.

O encontro contou com as parcerias do Grupo Resgate de Saberes da Comunidade Campo Buriti, o PROCAJ de Veredinha (Projeto Caminhando Juntos) e a ADECAVE. As instituições organizadoras foram a Escola Família Agrícola de Veredinha (EFAV) que é mantida pela ACODEFAV e o Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica (CAV). As atividades com os grupos de mulheres da Chapada das Veredas recebem o apoio e financiamento do GEF, SGP, UNDP, ISPN e PPP-ECOS.

Após os momentos de aprendizagens, cada grupo fez uma apresentação socializando as cantigas e as danças aprendidas ou, até mesmo, relembradas. Na Roda da Gamela uma das participantes jogou o versinho “Eu saí de minha casa/ pra fazer a reunião/ acabou a velha história/ de ficar só no fogão”. O verso demonstrou a importância do trabalho de formação nos grupos de mulheres no sentido de desconstruir o machismo, além de aumentar a autoestima das mulheres camponesas.